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Prefeitura do Rio anuncia mudanças na utilização da faixa seletiva da Avenida Brasil

domingo, 14 de abril de 2024

A Prefeitura do Rio anunciou, nesta quinta-feira (11/04), no Centro de Operações Rio (COR), novas regras viárias que passarão a valer na Avenida Brasil a partir do dia 23 deste mês, no feriado de São Jorge. A principal alteração é o fim da faixa seletiva exclusiva para ônibus e táxis nos fins de semana e feriados, e nos horários de entrepico de dias úteis, ou seja, de 10h às 16h e de 20h às 5h. Nestes dias e horários específicos, veículos de passeio estarão autorizados a circular na faixa.

– A gente segue fazendo uma avaliação permanente dos resultados da Avenida Brasil e da operação do BRT Transbrasil, que teve um início bem sucedido, com a adesão da população, com as pessoas usando este novo modal de transporte público na via expressa mais importante da cidade. Mas é claro que uma mudança desse tamanho e com relevância para a cidade será objeto o tempo inteiro de avaliação, com monitoramento do time técnico da Prefeitura para que novas mudanças necessárias sejam feitas para melhorar a qualidade da via e do serviço de transporte na Avenida Brasil – afirmou o secretário municipal da Casa Civil, Eduardo Cavaliere.

Os motoristas devem ficar atentos ao limite de velocidade da faixa seletiva, que permanecerá de 60 km/h com redução para 40 km/h nos locais próximos às estações. Caminhões não poderão acessar a seletiva em qualquer horário, e devem seguir utilizando exclusivamente as duas faixas da direita na pista central da Avenida Brasil.

– Essas regras de velocidade permanecem por uma questão de segurança viária. Esse carrro estará transitando ao lado de um ônibus BRT na altura das estações. A gente precisa que ele ande com precaução e garanta toda a segurança viária – explicou a secretária Municipal de Transportes, Maína Celidonio.

A faixa seletiva tem 14,4 quilômetros de extensão, entre o Trevo das Margaridas (Rodovia Presidente Dutra) e o Caju (Viaduto da Treliça). A calha à esquerda na pista central da Avenida Brasil segue exclusiva para os articulados do BRT em todos os horários.


– A liberação da seletiva neste horário se dá porque até as 10h a quantidade de BRTs que precisam atender à população é muito maior porque também é o horário de pico dos trabalhadores. Então, a gente precisa garantir a qualidade dos serviços do BRT. A expectativa é de que, com esse horário liberado, os motoristas de caminhões e os motociclistas possam adaptar o seu horário e chegar na Avenida Brasil já num momento em que a gente tem uma faixa a mais – disse o presidente da CET-Rio, Joaquim Dinis.

O Centro de Operações Rio (COR) divulgou esta semana um estudo que mostra que a possibilidade do número de acidentes provocados por caminhões na Avenida Brasil é seis vezes maior do que as ocorrências cometidas pelos carros. Apesar de a porcentagem de caminhões (6%) na via ser nove vezes menor do que a de carros (54%), os caminhões são o segundo tipo de veículo que mais provocam acidentes (27%).

– Comparando esta semana com a semana anterior, que foi o início da operação 100% do Sistema BRT no corredor Transbrasil, a gente percebe uma melhora de mais de 20% no congestionamento. E o estudo que o COR fez mostra que qualquer ocorrência ou acidente com caminhões ou carretas provoca um alto impacto na Avenida Brasil. Essas novas medidas apresentadas hoje já são resultados dessas análises – destacou o chefe executivo do COR, Marcus Belchior.

Regras de trânsito na pista central da Avenida Brasil, no trecho entre Trevo das Margaridas (Rodovia Presidente Dutra) e Caju (Viaduto da Treliça):

Faixa à esquerda da calha
Todos os dias, 24h: Exclusiva para o BRT – Velocidade máxima limitada a 60 km/h, com redução para 40 km/h em todas as estações.

Faixa à direita da calha
Dias úteis, de 5h às 10h, e de 16h às 20h: Exclusiva para ônibus convencionais e rodoviários, táxis e veículos de serviço (quando em operação) – Velocidade máxima limitada a 60 km/h, com redução para 40 km/h em todas as estações.
Dias úteis, de 10h às 16h, e de 20h às 5h, fins de semana e feriados: Permitida a circulação de todos os veículos, exceto caminhões – Velocidade máxima limitada a 60 km/h, com redução para 40 km/h em todas as estações.

Duas faixas à direita da pista central
Todos os dias, 24h: Permitida a circulação de todos os veículos – Velocidade máxima de 80 km/h.

BRT Transbrasil

Com 26 quilômetros de extensão, 17 estações e atravessando 18 bairros, o BRT Transbrasil tem previsão de transportar cerca de 250 mil pessoas por dia até 2030. Este é o quarto corredor de BRT implantado na cidade, ampliando o sistema de transporte de alta capacidade, que já opera com os corredores Transoeste, Transcarioca e Transolímpica. O investimento visa proporcionar maior acessibilidade e comodidade aos usuários do transporte público na cidade, ampliando as oportunidades de conexões entre as Zonas Norte e Oeste e o Centro da cidade. Além das linhas regulares de articulados, o Transbrasil também oferece um serviço executivo de transporte de passageiros entre o Terminal Gentileza e o Aeroporto Internacional Tom Jobim.

Serviços:

– Linha 60 (Terminal Gentileza x Terminal Deodoro – parador)
Horário: todos os dias, das 4h até meia-noite
Locais de embarque e desembarque: Terminal Gentileza, estações Into, Vasco da Gama, Benfica, Fiocruz, Hospital de Bonsucesso, Baixa do Sapateiro, Rubens Vaz, Piscinão de Ramos, Marinha Mercante, Lobo Júnior, Mercado São Sebastião, Cidade Alta, Vigário Geral, Irajá, Fazenda Botafogo, Jardim Guadalupe, Guadalupe e Terminal Deodoro.

– Linha 80 (Terminal Gentileza x Penha – parador)
Horário: todos os dias, das 4h até meia-noite
Locais de embarque e desembarque: Terminal Gentileza, estações Into, Vasco da Gama, Benfica, Fiocruz, Hospital de Bonsucesso, Baixa do Sapateiro, Santa Luzia, Cardoso de Moraes, Olaria, Ibiapina e Penha.

– Linha 90 (Terminal Gentileza x Fundão – parador)
Horário: todos os dias, das 4h até meia-noite
Locais de embarque e desembarque: Terminal Gentileza, estações Into, Vasco da Gama, Benfica, Fiocruz, Hospital de Bonsucesso, Baixa do Sapateiro, Maré e Terminal Fundão.

– Serviço executivo Terminal Gentileza x Galeão – sem paradas
Horário: todos os dias, das 6h à meia-noite

Informações: Prefeitura do Rio

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Após engarrafamentos, Prefeitura do Rio libera faixa seletiva da Avenida Brasil

sexta-feira, 12 de abril de 2024

A Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou nesta quinta-feira (11) mudanças viárias na Avenida Brasil, a principal da cidade, a fim de melhorar a fluidez no trânsito — prejudicada há 2 semanas com o início da operação do BRT Transbrasil.

Em resumo, carros de passeio e motos vão voltar a poder usar 3 das 4 faixas da via expressa, mas sob algumas regras.

Para entender
  • A Avenida Brasil tem 4 faixas centrais e 2 laterais por sentido;
  • Nas pistas centrais, a faixa mais à esquerda é a exclusiva para o BRT e tem cor cinza claro; na foto acima, é a que tem a inscrição BRT;
  • Ao lado, vem a 2ª mais à esquerda, a seletiva, também cinza claro, alvo das mudanças anunciadas nesta quinta; na foto, é onde vem escrito Táxi/Ônibus;
  • As 2 faixas da direita são as comuns, em asfalto escuro, e liberadas para qualquer veículo.

O que muda?
A partir do dia 23 de abril:

  • Nos dias úteis, carros e motos poderão circular na faixa seletiva, a 2ª mais à esquerda, das 10h às 16h e das 20h às 5h. Nos fins de semana e feriados, essa pista estará liberada o dia todo;
  • Quem circular na seletiva, porém, deverá observar a velocidade máxima de 60 km/h no corredor e reduzir para 40 km/h nas proximidades de cada estação.

O que não muda?
  • A pista mais à esquerda em cada sentido continuará exclusiva para o BRT Transbrasil, e quem a invadir poderá levar multa;
  • Táxis seguem com permissão de circular na faixa seletiva em qualquer horário;
  • Caminhões não podem circular nem na exclusiva, nem na seletiva.

Histórico

Desde o dia 1º, com o início da operação do BRT Transbrasil, metade das faixas estava restrita a ônibus e táxis. Com apenas 2 pistas em cada sentido liberadas para o resto dos veículos, motoristas passaram a reclamar de engarrafamentos e atrasos.

Na primeira semana do BRT, o trajeto de Deodoro ao Terminal Gentileza era feito em 50 minutos pelo corredor do Transbrasil e em 3 horas pela pista comum. Na manhã do dia 3, o Rio registrou 177 km de engarrafamentos, 100 km a mais do que a média prevista para o mesmo dia e horário.

O BRT Transbrasil
O corredor expresso tem 17 estações e parte do Terminal Intermodal Gentileza (TIG), no Centro do Rio, até o Terminal Deodoro, na Zona Norte.

São 50 ônibus articulados circulando das 4h à meia-noite, com saídas a cada 5 minutos.

A Avenida Brasil passou a ter 26 km de pistas segregadas, cruzando 18 bairros.


Informações: G1 Rio

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Ligeirão Norte/Sul vai funcionar também aos sábados em Curitiba

quinta-feira, 11 de abril de 2024

O Ligeirão Norte/Sul, lançado em janeiro deste ano para operar nos dias úteis, passa a circular também aos sábados, a partir deste fim de semana.

Aos sábados, a linha vai funcionar das 5h45 até 20h, com ônibus a cada 8 minutos e frota de 13 veículos.


“Atendemos a um pedido dos passageiros, principalmente dos que trabalham aos sábados e precisam de um transporte mais rápido no eixo Norte-Sul”, diz o presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), Ogeny Pedro Maia Neto.

O Ligeirão Norte/Sul percorre 19 quilômetros (38 km ida e volta) entre os terminais Santa Cândida e Pinheirinho. Com menos pontos, o Ligeirão reduziu em 15 minutos o tempo de deslocamento no trajeto em relação às linhas paradoras. 

Nos dias úteis, são cerca de 35 mil passageiros, que têm ônibus a cada 3,5 minutos nos horários de pico e uma frota de 29 veículos.

A linha tem um ganho de velocidade de 23% em relação ao ônibus parador, com pontos de parada nos terminais Santa Cândida, Boa Vista e Cabral, nas estações-tubo Passeio Público, Central, Eufrásio Correia, Oswaldo Cruz e Bento Viana e nos terminais Portão, Capão Raso e Pinheirinho.

Duas etapas
O Ligeirão Norte/Sul foi implantado em duas etapas. O trecho norte, inaugurado em 2018, contemplava o trajeto de 11 quilômetros entre o Terminal Santa Cândida e a estação-tubo Bento Viana, na Praça do Japão, no bairro Água Verde. O trecho sul, da Praça do Japão até o Terminal Pinheirinho, entrou em operação em 17 de janeiro, com oito quilômetros.  

O Norte/Sul é um dos três Ligeirões em operação na cidade – os demais são as linhas 500-Ligeirão Boqueirão e 550-Pinheirinho/Carlos Gomes. Além destes, a Prefeitura vai implantar o Ligeirão Leste/Oeste.

A capital tem 81 quilômetros de canaletas, com seis eixos de transporte. Outros dez quilômetros estão em construção, na Linha Verde Norte

Informações: URBS

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Prefeitura de SP abre licitação para obras do BRT Aricanduva, que terá 13,6 km de extensão

A Prefeitura de São Paulo publicou nesta quarta-feira (10), por meio da SPObras, a abertura da licitação para contratação das obras do BRT Aricanduva, no trecho de 13,6 km, da Radial Leste até o Terminal São Mateus, na Zona Leste. Chamado Ônibus de Trânsito Rápido (ou Bus Rapid Transit), o sistema terá capacidade para transportar 290 mil passageiros por dia e beneficiar aproximadamente 1 milhão de pessoas de forma indireta. 

A licitação é feita por meio de uma concorrência internacional (SDP), regida pelo regulamento de aquisições do Banco Mundial em razão do contrato de empréstimo firmado entre a Prefeitura de São Paulo e a instituição financeira. O procedimento licitatório é uma solicitação de proposta (SDP nº 001/2024/BRT Aricanduva), do tipo técnica e preço, e seu orçamento é sigiloso. O Edital de Licitação em inglês ou português poderá ser obtido pelos Licitantes elegíveis interessados através de cadastro realizado em link disponível no site.

O BRT Aricanduva vai interligar os diversos modais da região, com conexões às linhas Vermelha do Metrô, 11 e 12 da CPTM, com a futura extensão da linha 2 (Verde) do Metrô e linha 15 do Monotrilho, além dos corredores de ônibus Radial Leste e Itaquera. 

O projeto prevê que o corredor terá paradas com cobrança desembarcada, pista no canteiro central com pavimento rígido (concreto), faixas de ultrapassagem nas paradas, pavimento flexível (asfalto) para as demais faixas, ciclovia e passeios acessíveis. Outro destaque é a Porta da Plataforma automatizada, que vai garantir a segurança dos usuários ao embarcar e desembarcar dos ônibus, evitando acidentes e garantindo uma operação mais fluida.  

O BRT Aricanduva será um componente essencial da malha de transporte público de São Paulo e, em especial, da zona leste da Capital. Com 13,6 km de extensão, seu trajeto terá início na intersecção da Av. Radial Leste com a Av. Aricanduva, segue acompanhando o traçado do Rio Aricanduva, e posteriormente da Avenida Ragueb Chohfi, seguindo até a altura de onde se situa o Terminal São Mateus da EMTU, na altura da Praça Felisberto Fernandes da Silva.  

O empreendimento interligará os diversos modais da região, com conexões às linhas Vermelha do Metrô, 11 e 12 da CPTM, com a futura extensão da linha 2 (Verde) do Metrô e a linha 15 do Monotrilho, além de corredores de ônibus Radial Leste e Itaquera. 

O corredor terá paradas com cobrança desembarcada, pista no canteiro central com pavimento rígido (concreto), faixas de ultrapassagem nas paradas, pavimento flexível (asfalto) para as demais faixas, ciclovia e passeios acessíveis.   

Estações de Embarque e Desembarque  

Serão implantadas 46 paradas (estações de embarque), com distâncias de 600 metros entre elas. Serão fechadas para viabilizar a cobrança desembarcada, contendo portas automáticas, banheiros, sistema contra incêndio com rotas de fuga e acesso à internet através de WIFI, permitindo que os usuários aproveitem o tempo de espera de forma produtiva. 

As plataformas contarão com acessibilidade, piso tátil, rampas acessíveis e estarão no nível dos ônibus, facilitando o embarque e desembarque de todos os passageiros. Também serão implantadas Salas de Apoio Operacional (Sala SAP) em cada estação.    

Operação com Sistema Inteligente 

A Prefeitura tem se empenhado em modernizar a cidade utilizando as tecnologias inovadoras com foco em servir a população. O projeto inclui a implantação de um moderno sistema de monitoramento contínuo em todo o trajeto, o que representa um avanço significativo no campo dos Sistemas Inteligentes de Transporte (ITS – INTELLIGENT TRANSPORTATION SYSTEM), oferecendo uma série de recursos e funcionalidades projetados para melhorar a experiência dos usuários e otimizar a operação do sistema. 

Em termos de gestão, o sistema permitirá a supervisão contínua dos ônibus em todo o corredor, garantindo maior eficiência operacional e pontualidade no serviço. Além disso, possibilita a supervisão do tráfego, contribuindo para uma melhor gestão da mobilidade urbana e uma maior fluidez, resultando em menor tempo de espera no embarque e desembarque dos passageiros. 

A bilhetagem desembarcada vai simplificar o processo de pagamento da tarifa, tornando-o mais rápido e conveniente para os passageiros.  

O recurso de Aviso aos Usuários vai fornecer informações em tempo real sobre horários de chegada e partida dos ônibus, além de alertas sobre eventuais atrasos ou interrupções no serviço, ajudando os passageiros a planejarem suas viagens com mais eficiência e evitarem contratempos. 

Outro destaque é a Porta da Plataforma automatizada, que vai garantir a segurança dos usuários ao embarcar e desembarcar dos ônibus, evitando acidentes e garantindo uma operação mais fluida. As portas vão se abrir automaticamente de acordo com os diversos tipos de ônibus operados pela SPTrans. Além disso, o sistema contará com recursos de sonorização e avisos de abertura das portas. 

Do ponto de vista social, um dos aspectos mais notáveis do sistema de monitoramento é a geração de dados estatísticos em tempo real, fornecendo informações valiosas para a tomada de decisões estratégicas e aprimoramento contínuo do serviço. O sistema de CFTV com vários vídeos analíticos permitirá uma vigilância abrangente das estações, desempenhando um papel crucial na prevenção de crimes e incidentes, particularmente no combate ao assédio contra mulheres. Além disso, vai permitir a supervisão das estações, com acesso aos dados em tempo real pela zeladoria, facilitando a manutenção e o gerenciamento das instalações. 

Em termos ambientais, o sistema vai contribuir para a redução do consumo de combustíveis, devido à maior fluidez do tráfego. Isso resulta em uma operação mais sustentável e na redução das emissões de poluentes. Outro ponto de inovação é que as paradas preveem placas solares em cada uma das estruturas, gerando economia energética. 

O corredor também contará com sinalização semafórica inteligente, com a implantação de fibra ótica. Os semáforos inteligentes são capazes de monitorar o volume e o fluxo de tráfego para, então, definir o tempo de duração dos sinais verde e vermelho. A captação das informações sobre o comportamento do trânsito ajudará a definir os intervalos que os semáforos vão operar. Todos esses aspectos vão contribuir para o melhor desempenho e produtividade da frota, contribuindo para a agilidade dos trajetos. 


O projeto prevê, ainda, toda a rede de dutos secos ao longo do corredor e travessias para a passagem dos cabos de iluminação pública, semafórica e fibra ótica para transmissão dos dados operacionais do corredor interligado ao COP (Centro de Controle Operacional do Corredor). 

Ciclovia e paisagismo 

Em ambos os lados do Rio Aricanduva, entre as pistas sentido bairro e sentido centro da Av. Aricanduva, o projeto prevê a construção de ciclovia e passeio ao longo de todo BRT, atendendo as normas de acessibilidade vigentes. Com foco na segurança dos ciclistas, a ciclovia será equipada com totens estrategicamente posicionados entre as estações, contendo botões de alarme, câmeras para registro de vídeo e um sistema de comunicação direto com as estações e a Central de Controle. Isso permitirá o acionamento rápido de equipes de segurança em caso de emergência ou necessidade de assistência. 

O empreendimento inclui um completo tratamento paisagístico e urbanístico, revitalizando a paisagem urbana da região e tornando as viagens mais agradáveis. 

SECOM - Prefeitura da Cidade de São Paulo

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A importância do BRT na Avenida Brasil e como diminuir engarrafamentos

Em um lado da pista, passageiros no BRT Transbrasil conseguem reduzir bastante o tempo de viagem até o centro do Rio desde que o sistema começou a operar, no dia 01/04. Na mesma Avenida Brasil, fora da faixa exclusiva dos articulados, pessoas em ônibus convencionais e demais veículos sofrem com o aumento dos engarrafamentos, que em alguns casos impactam em muitas partes da cidade.

Na última quarta-feira (03/04), 184 km de congestionamento foram registrados às 8h. De acordo com o Centro de Operações Rio (COR), em relação ao mesmo horário das últimas três quartas-feiras, esse número representou mais que o dobro da média (138%), já que esses dias tiveram 77 km de carros parados.

Especialistas destacam a importância do novo sistema de transporte coletivo e apontam o que pode ser feito para reduzir o problema.

“O Transbrasil é um marco para a cidade. É um corredor há muito tempo esperado. Ele tem uma escala diferente dos outros corredores do BRT, não só cortando diversos bairros do Rio, mas também conectando com municípios da Baixada Fluminense, ainda que isso esteja até o momento em suspenso, esse é um aspecto fundamental por conta da conexão com os ônibus convencionais provenientes da Baixada. É um corredor que tem um potencial de redução das desigualdades para a população como um todo. A gente estima que pode beneficiar até 58% da população do Rio de Janeiro, aumentando o acesso às oportunidades de emprego, principalmente para as pessoas de baixa renda“, declarou Clarisse Cunha Linke, diretora executiva do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP), que completou comentando as possíveis soluções para a redução dos engarrafamentos:

“Uma primeira questão é pensar em um pacote de medidas restritivas para caminhões de carga, que faça sentido, que seja coerente, acordado com o setor logístico. E uma segunda questão é a entrada do Governo do Estado para garantir que os ônibus intermunicipais façam parte da operação plena do BRT. É do interesse de todos que o sistema funcione, que seja bom e atrativo para que, inclusive, algumas pessoas possam trocar os carros pelos BRTs“.

Enquanto alguns novos usuários dos BRTs estão fazendo seus trajetos em bem menos tempo e sem congestionamentos, passageiros de linhas de ônibus convencionais municipais e intermunicipais que passam pela Avenida Brasil e motoristas de carros de passeio que usam a via diariamente têm sentido o trânsito piorar. “O trecho que eu levava uns 20 minutos em um dia normal, estou levando uma hora nos últimos dias. Ninguém anda. Tudo parado“, conta Anderson Ribeiro, que pega a linha 348 (Riocentro-Candelária) para chegar ao trabalho no centro da cidade.

Nesta segunda-feira, 08/04, mais registros de trânsito ruim na Avenida Brasil. Os trechos mais engarrafados ficavam na altura dos bairros de Irajá, Penha, Cidade Alta e Manguinhos. O Centro de Operações informou, às 7h15, que o gráfico de trânsito do Waze apontava congestionamento 15% maior que a média de três semanas. Contudo, frisando que que nesse período houve uma colisão entre caminhão e moto na pista central da via, na altura de Bonsucesso, que colaborou para o congestionamento.

Procurada, a Secretaria Municipal de Transportes ainda não respondeu o contato da reportagem, que questionou sobre o que está sendo feito para corrigir o problema do trânsito na Avenida Brasil para quem não utiliza o BRT.

A Comissão de Transportes da Câmara Municipal do Rio de Janeiro realizará, nesta terça-feira (09/04), às 10h30, audiência pública no Palácio Pedro Ernesto, na Cinelândia. A ideia é debater sobre os engarrafamentos e também a quantidade de multas aplicadas aos motoristas na primeira semana de funcionamento do sistema BRT na Avenida Brasil.

Informações: Diário do Rio

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Prefeitura do Rio amplia horário de operação do BRT Transbrasil

domingo, 7 de abril de 2024

A Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria de Transportes (SMTR) e da Mobi-Rio, ampliará, a partir deste domingo (7/4), o horário de funcionamento do BRT Transbrasil. A linha 60 (Terminal Gentileza x Terminal Deodoro – parador), antes operando das 10h às 15h, terá seu horário estendido para funcionar das 4h à meia-noite, em todos os dias da semana. O intervalo entre as viagens será de 10 minutos ao longo de todo o dia.

A partir da segunda-feira (8/4), o BRT Transbrasil começará a operar com 50 articulados. Os intervalos de viagens da linha 60 serão reduzidos para cinco minutos nos horários de pico. Também na segunda, as linhas 80 (Terminal Gentileza x Penha – parador) e 90 (Terminal Gentileza x Fundão – parador) ampliarão a operação, passando a funcionar das 4h à meia-noite, com intervalos de seis minutos durante os horários de maior movimento.

– Resolvemos fazer uma alteração no cronograma em função do ótimo resultado na primeira semana de operação do BRT Transbrasil e também por conta das avaliações que fizemos e o acompanhamento do Centro de Operações Rio e da CET-Rio. Essa nova fase vai significar um maior atendimento à população. Teremos o dobro de ônibus na frota do BRT em relação ao que tivemos na primeira semana. Será uma oferta de serviço maior e em horário integral. Ao longo da semana, faremos o monitoramento da faixa seletiva e a avaliação do trânsito na Avenida Brasil no dia a dia – afirmou o secretário de Coordenação Governamental, Jorge Arraes.

Com 25 quilômetros de extensão, 17 estações, dois terminais e atravessando 18 bairros, o BRT Transbrasil tem previsão de transportar cerca de 250 mil pessoas por dia até 2030. Este é o quarto corredor de BRT implantado na cidade, ampliando o sistema de transporte de alta capacidade, que já opera com os corredores Transoeste, Transcarioca e Transolímpica. O investimento visa proporcionar maior acessibilidade e comodidade aos usuários do transporte público na cidade, expandindo as oportunidades de conexões entre as zonas Norte e Oeste e o Centro da cidade. Além das linhas regulares de articulados, o BRT Transbrasil também oferece um serviço executivo de transporte de passageiros entre o Terminal Gentileza e o Aeroporto Internacional Tom Jobim.

– Tivemos um ótimo resultado na primeira semana não só na operação do BRT Transbrasil como também no Terminal Gentileza. Neste último, um funcionamento pleno e sem intercorrências. Com isso, ficamos seguros para ampliar o funcionamento do BRT Transbrasil. Vamos seguir monitorando a operação nessa nova fase. O BRT traz muitas modificações, então com ele rodando em tempo integral, vamos avaliar os impactos – disse a secretária de Transportes, Maína Celidonio, ressaltando que a pista seletiva é para ônibus convencionais apenas entre o Trevo das Margaridas e o Caju; que a velocidade máxima é de 60 km/h, com redução para 40 km/h em todas as estações; e que o trecho entre Deodoro e o Trevo das Margaridas passa a ser exclusivo para o BRT em ambos os sentidos.

A diretora-presidente da Mobi-Rio, Claudia Secin, ressaltou que o serviço da linha 60 foi muito procurado pelos cariocas na primeira semana de operação do BRT Transbrasil.

– Notamos que no primeiro serviço do dia, às 10h, já havia uma boa demanda. Muitas pessoas nos procuraram e falaram que conseguiam pegar o primeiro serviço, ir para o Terminal Gentileza, integrar com o VLT, ou ir para o Centro, mas que não conseguiam voltar porque o serviço encerrava às 15h. Então, decidimos ampliar a partir deste domingo. Queremos que a população veja o BRT Transbrasil como uma grande opção de transporte.

Novos horários das linhas de BRT que circulam na Transbrasil

– Linha 60 (Terminal Gentileza x Terminal Deodoro – parador)  – a partir de domingo (7/4)

Horário: todos os dias, das 4h até meia-noite

Locais de embarque e desembarque: Terminal Gentileza, estações INTO, Vasco da Gama, Benfica, Fiocruz, Hospital de Bonsucesso, Baixa do Sapateiro, Rubens Vaz, Piscinão de Ramos, Marinha Mercante, Lobo Júnior, Mercado São Sebastião, Cidade Alta, Vigário Geral, Irajá, Fazenda Botafogo, Jardim Guadalupe, Guadalupe e Terminal Deodoro.

– Linha 80 (Terminal Gentileza x Penha – parador)  – a partir de segunda-feira (8/4)

Horário: todos os dias, das 4h até meia-noite

Locais de embarque e desembarque: Terminal Gentileza, estações INTO, Vasco da Gama, Benfica, Fiocruz, Hospital de Bonsucesso, Baixa do Sapateiro, Santa Luzia, Cardoso de Moraes, Olaria, Ibiapina e Penha.

– Linha 90 (Terminal Gentileza x Fundão – parador)  – a partir de segunda-feira (8/4)

Horário: todos os dias, das 4h até meia-noite

Locais de embarque e desembarque: Terminal Gentileza, estações INTO, Vasco da Gama, Benfica, Fiocruz, Hospital de Bonsucesso, Baixa do Sapateiro, Maré e Terminal Fundão.

– Serviço executivo Terminal Gentileza x Galeão – sem paradas

Horário: todos os dias, das 6h à meia-noite

Linhas municipais que já operam no Terminal Gentileza

167 – Terminal Gentileza – Urca

165 – Terminal Gentileza – Cosme Velho

161 – Terminal Gentileza – Ipanema

163 – Terminal Gentileza – Copacabana

SP265 – Marechal Hermes – Terminal Gentileza

104 (São Conrado – Terminal Gentileza)

133 (Largo do Machado – Terminal Gentileza)

301 (Terminal Gentileza – Barra da Tijuca)

302 (Terminal Gentileza – Terminal Alvorada)

353 (Terminal Gentileza – Gardênia Azul)

108 (Terminal Gentileza – Jardim de Alah)

110 (Terminal Gentileza – Jardim de Alah)

112 (Terminal Gentileza – Alto da Gávea)

606 (Terminal Gentileza – Engenho de Dentro)

SV 606 (Terminal Gentileza – Engenho de Dentro)


VLT também terá horário modificado

As duas linhas do Veículo Leve Sobre Trilhos, o popular VLT, que passam pelo Terminal Gentileza também terão seus horários modificados. A linha 4, que faz o trajeto entre o Terminal Gentileza diretamente à Central do Brasil e à Praça XV, passará a circular, a partir de segunda-feira, das 5h às 23h. Em operação desde o dia 30 de março, a linha 4 do VLT acabou com a necessidade de integração. O trajeto tem duração estimada em 29 minutos.

Em circulação com trajeto ampliado desde o dia 24 de fevereiro, a linha 1, que faz a ligação entre o Terminal Gentileza e o Aeroporto Santos Dumont, também funcionará, a partir de segunda-feira, das 5h às 23h. O percurso pode ser feito pelos passageiros em cerca de 30 minutos.

Recuperação do sistema BRT completa três anos com ganhos em capacidade e redução de intervalos de viagens

O município retomou a gestão do Sistema BRT e a iniciativa resultou na renovação total da frota de articulados, na reforma de todas as estações, na implantação de medidas de segurança, na recuperação do pavimento do corredor Transoeste e na entrega das obras do corredor Transbrasil e dos Terminais Gentileza e Deodoro. Essas ações garantiram melhorias robustas para a população que usa diariamente o serviço de transporte de alta capacidade.

Antes da intervenção, o sistema dispunha de 120 ônibus em operação nos três corredores. Atualmente, a nova frota é mais de quatro vezes maior: 515 amarelinhos novinhos rodando. Toda a frota comprada para o sistema totaliza 713 ônibus. Com mais veículos circulando, os passageiros esperam menos tempo nas estações. Na Transoeste, último corredor a receber os novos Euro 6, com tecnologia menos poluente, a redução dos intervalos nos horários de pico foi de até 72%. Na Transcarioca, o índice foi de 59%, e na Transolímpica, de 63%.

Ao assumir o Sistema BRT, a Prefeitura encontrou ainda 46 estações fechadas por causa de vandalismo e furtos de equipamentos. Ao fim de 2021, essas estações foram reformadas e reabertas. Atualmente, todas as 120 estações do sistema encontram-se revitalizadas, trazendo mais conforto aos passageiros.

Informações: Prefeitura do Rio

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BRT de Salvador: uma face da instrumentalização do planejamento

Na sexta-feira, 29 de março de 2024, dia em que a cidade de Salvador completou 475 anos, foi inaugurada a última etapa do BRT, junto aos “novos” canteiros centrais dos terminais Cidadela e Hiper. Para as pessoas que acompanham o meu trabalho já não é novidade que sou um crítico aberto ao projeto e ao modo com o qual foram executadas as obras. Minhas críticas estão ancoradas em três questões as quais considero principais: 1. contraditório alto custo de implantação; 2. alto impacto ambiental injustificável; 3. impacto questionável na mobilidade urbana e no deslocamento dos usuários. Nos próximos parágrafos irei destrinchar cada uma dessas críticas, a partir de um breve levantamento de dados, com o objetivo de indicar o porquê acredito que o BRT de Salvador é um exemplo de como o planejamento urbano pode ser instrumentalizado para aprofundar desigualdades.

Para começarmos é importante sistematizar o que é o BRT. Segundo o manual elaborado pelo Ministério das Cidades em 2008, o Bus Rapid Transit (BRT): “(...) é um sistema de transporte de ônibus que proporciona mobilidade urbana rápida, confortável e com custo eficiente através da provisão de infra-estrutura segregada com prioridade de passagem, operação rápida e frequente e excelência em marketing e serviço ao usuário”. Em linhas gerais, o BRT é uma espécie de imitação dos modais de transporte por trilhos, com a diferença sendo a existência das faixas exclusivas para a circulação dos ônibus, de modo a garantir o deslocamento sem trânsito, e o controle dos tempos de partida e chegada das viagens. Em 1973, o primeiro modelo desse sistema foi implantado na cidade de Ottawa, no Canadá. Um ano depois, em 1974, o Brasil recebe o seu primeiro BRT na cidade de Curitiba, sob a gestão do Arquiteto e Urbanista Jaime Lerner na Prefeitura Municipal, e que se tornaria um dos melhores exemplos de implantação deste modal.

O BRT deveria ser um modal de baixo custo. Segundo o manual do Ministério das cidades: “um sistema BRT custa, tipicamente, de 4 a 20 vezes menos que um sistema de bondes ou de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ou entre 10 a 100 vezes menos que um sistema de metrô”. Já o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) estima que o valor por quilômetro de implantação é entre R$ 10 a 30 milhões de reais. A previsão de custo total do BRT segundo a Prefeitura é de R$ 412 milhões, com valor médio de custo por quilômetro entre R$ 68 e R$ 110 milhões de reais, trata-se do BRT mais caro implementado em nosso país.

Muito desse custo é reflexo de um projeto que trata o desenho urbano e viário como uma colcha de retalhos: elevados na localidade próxima ao Shopping Iguatemi e em parte da Avenida Antônio Carlos Magalhães (ACM), canteiro central nos trechos do Itaigara e da Avenida Vasco da Gama, faixa exclusiva no Caminho das Árvores até a Praça Nossa Senhora da Luz, e por aí vai. Não me levem a mal, sei que adaptações são necessárias em qualquer projeto, ainda mais de infraestrutura urbana na cidade de Salvador, onde a topografia acidentada impõe desafios, contudo, o que me parece é que as Secretaria de Mobilidade, Infraestrutura e Fundação Mário Leal Ferreira tinha uma base do que precisava ser feito contudo, cada uma, seguindo uma direção. O resultado é um BRT que se comporta como BRS em diversos trechos, inclusive, antes fosse feito um BRS, pelo menos as árvores centenárias da Avenidas ACM e Vasco da Gama poderiam ser poupadas, contudo, o que observamos foi mais perverso, pois, mesmo com toda uma comoção, com uma ação civil pública, bem como outros expedientes protocolados na Câmara Municipal e junto ao Ministério Público, as obras seguiram, e já estamos sentindo os seus impactos no aumento do microclima urbano.

Diante do alto custo de implantação e do impacto ambiental gerado, existe uma real demanda de usuários que justifique a implantação do BRT ? A princípio não, visto que os trechos em que onde hoje passam o modal eram atendidos pela linhas de ônibus advindas dos diversos bairros da cidade e dos terminais como Lapa e Estação Pirajá. No entanto, a partir da alteração do destino final das linhas que circulavam até o bairro da Pituba para ir somente até a localidade do terminal Hiper do BRT, uma necessidade foi fabricada. A justificativa apresentada pela Secretaria, é que a alteração reduziria o tempo médio das viagens, resultando num menor tempo de espera para os usuários.

Em um primeiro olhar, o raciocínio pode até parecer coerente, contudo, no planejamento dos transportes as variáveis não são tão simples, de modo que não basta apenas suprimir parte do trajeto se o tempo de engarrafamento nos outros trechos ainda persistir, e se a parte suprimida for pequena se comparada a todo o roteiro que o ônibus já faz. Boa parte das linhas afetadas pelas mudanças são de bairros do Subúrbio Ferroviário, Cidade Baixa e Miolo. A diferença entre ir até o terminal Hiper ou até a Pituba impede que essas linhas não fiquem em engarrafamentos em trechos que elas precisarão passar, como a Avenida Silveira Martins ou Avenida Suburbana ? Não. A diferença entre a distância percorrida entre o final de linha de Paripe até o terminal do BRT seria muito menor do que se o roteiro fosse até o final de linha da Pituba ? Não. Sendo assim, qual a justificativa se não a necessidade de fabricar uma demanda operacional ?

Por fim, uma outra questão precisa ser posta: por que somente as linhas advindas dos bairros populares são alteradas ? Há um tempo atrás, lembro que a remoção de uma série de linhas que atendiam os bairros Barra e Ondina gerou uma grande comoção. Bairros como Liberdade, Pau Miúdo, Santa Mônica, ficaram obrigados a ir até a estação da Lapa e de lá acessar a Barra a partir da integração com alguma linha LB (Lapa x Barra). Na época, a discussão sobre racismo ambiental não estava na pauta do dia como está hoje, contudo, a medida foi encarada por acadêmicos e por setores da sociedade civil organizada como uma estratégia para garantir a assepsia (limpeza) social de um bairro “nobre”. Ao privilegiar a alteração das linhas de bairros populares, habitados em sua maioria por pessoas negras, obrigando a utilização de um único modal para acessar um bairro nobre, dificultando o seu acesso, a Prefeitura Municipal de Salvador utiliza do planejamento da mobilidade urbana para reforçar a localização de pessoas pretas e brancas na cidade, em linhas gerais, trata-se de racismo ambiental.

Mas, e então, podemos afirmar que o BRT é um exemplo de como o planejamento urbano pode ser instrumentalizado para aprofundar as desigualdades sociais ? Vejamos. O ato de instrumentalizar diz da criação das condições necessárias para que um objetivo se cumpra utilizando algo ou alguém. Como indiquei em um outro texto meu, o planejamento urbano envolve pessoas que planejam e projetam para pessoas. A nível Municipal, o instrumento máximo que dá as diretrizes do planejamento de nossa cidade é o plano diretor, contudo, outros planos setoriais municipais podem e devem ser elaborados, como o plano de mobilidade, habitação, etc. Num cenário ideal, esses planos deveriam ser elaborados e aprovados a partir da realização de consultas e audiências públicas, contudo, numa sociedade desigual, marcada pelos interesses políticos e econômicos ocultos da sociedade civil, tanto o plano diretor, como os planos setoriais podem ser alterados para atender aos objetivos de empresas, políticos, elites, sendo esse o caso tanto do nosso plano diretor, quanto do nosso plano de mobilidade urbana, que desde 2018 prevê a execução do BRT tal como está. Não existiu discussão pública conduzida pela municipalidade, não existiu espaço para acolher questionamentos, nada, a proposta foi incorporada ao plano e assim seguiu sendo executada mesmo diante de uma comoção pública contrária. Sendo assim, podemos afirmar que o BRT de Salvador é um dos exemplos de como o planejamento urbano pode ser instrumentalizado, resta-nos agora cobrar as devidas mitigações.

*Joel Meireles Duarte é advogado, mestre em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Social, mestre em Direito, ambos, pela Universidade Católica do Salvador (UCSAL), com os temas em Direito à Cidade, membro do Instituto dos Advogados da Bahia (IAB), membro da Associação Brasileira de Jurista pela Democracia (ABJD).

Informações: A Tarde

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